1180x152

Servidor do Ministério da Cultura é preso por gravar mulheres sem consentimento

Pablo Santiago, também conhecido como DJ Pelegrino, mantinha mais de mil arquivos íntimos e chegou a trocar conteúdo por vídeos de necrofilia

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta quarta-feira (21), o servidor do Ministério da Cultura Pablo Silva Santiago, acusado de espionar e registrar imagens íntimas de mulheres sem autorização. A prisão preventiva foi cumprida na casa da mãe do investigado, em São Sebastião, por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Santiago, que também atuava como professor de dança e DJ, é suspeito de instalar câmeras escondidas em banheiros de casas e locais públicos.

As investigações apontam que o servidor federal mantinha mais de mil fotos e vídeos de teor íntimo, coletados de forma clandestina desde 2017. Os arquivos estavam organizados por nome das vítimas e datas. Segundo depoimentos, Pablo compartilhava esse conteúdo em sites pornográficos e em grupos no Telegram, inclusive trocando os registros por vídeos de necrofilia — prática extremamente perturbadora e criminosa.

O caso veio à tona após a ex-namorada do acusado descobrir os arquivos ao acessar seu computador pessoal. Ela encontrou registros que incluíam imagens dela mesma, captadas enquanto tomava banho ou usava o banheiro. O HD externo com os vídeos foi apresentado por Pablo em uma suposta tentativa de “confissão”, ao admitir que era viciado em pornografia.

A conduta do servidor causou revolta e indignação, especialmente pelo uso de espaços culturais e familiares como palco para os abusos. Segundo relatos, ele chegou a filmar mulheres em residências onde morou, no salão da tia e até na casa de amigos. Além de suas atividades como servidor, ele se apresentava como DJ, dançarino, professor de matemática e engenheiro — usando o codinome Pablo Peligro.

O Ministério da Cultura afirmou, por meio de nota, que acionou sua corregedoria interna e que o servidor foi afastado de suas funções. A pasta declarou solidariedade às vítimas e reforçou seu compromisso com a proteção das mulheres. A reportagem do O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos do caso, que expõe mais uma vez as falhas institucionais no monitoramento da conduta de agentes públicos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *