Em um anúncio surpreendente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (23) que Irã e Israel concordaram com um cessar-fogo total após 12 dias de confrontos no Oriente Médio. A declaração foi feita na plataforma Truth Social, poucas horas depois do ataque iraniano com mísseis à base americana de Al Udeid, no Catar — a maior instalação dos EUA na região.
“Parabéns a todos! Foi totalmente acordado entre Israel e Irã que haverá um cessar-fogo completo e total”, escreveu Trump, classificando o confronto como “A Guerra dos 12 Dias”. Segundo ele, a trégua entrará em vigor dentro de seis horas. Apesar do tom otimista, até o momento nenhum comunicado oficial foi emitido por Teerã ou Tel Aviv confirmando o acordo.
Antes do anúncio, Trump minimizou o ataque iraniano à base aérea americana, chamando-o de “muito fraco” e sugerindo que Teerã apenas “colocou tudo para fora do sistema”. O ataque, segundo o governo americano, não causou feridos, já que os mísseis foram interceptados e houve evacuação antecipada — um movimento que o próprio Trump atribuiu ao aviso prévio dado pelo Irã.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, sinalizou que não há intenção de continuar os ataques, mas deixou um aviso claro: qualquer nova ação militar por parte dos EUA será respondida. Essa postura reforça que, apesar da possibilidade de trégua, o clima na região ainda é de tensão contida.
A ausência de confirmação por parte de Israel e Irã levanta dúvidas sobre o real alcance do anúncio. Embora o gesto de Trump possa indicar uma tentativa de mediar a crise e colher dividendos políticos, o histórico de desconfiança entre os envolvidos exige cautela. Sem um acordo formal e transparente, o cessar-fogo corre o risco de ser apenas uma pausa tática em uma guerra que, como tantas outras no Oriente Médio, pode reacender a qualquer momento.
