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Esquema de R$ 300 Milhões: PF desvenda tentativa de fraude no BNDES com documentos falsos

Operação da PF revela promessas de influência no banco federal e uso de documentos fraudulentos por fintech ligada ao crime organizado.

PF descobre tentativa de golpe milionário no BNDES com ajuda de documentos falsos e promessas de influência interna

A Polícia Federal identificou uma tentativa de fraude de R$ 300 milhões contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), envolvendo a fintech I9Pay e o lobista Christian Simões. A investigação, parte da Operação Concierge, revelou o uso de documentos adulterados e falsas promessas de acesso privilegiado ao banco público. As informações foram publicadas pela Revista Oeste e confirmadas por O Farol Diário.

Segundo a PF, o empresário Patrick Burnett, dono da I9Pay, forjou balanços financeiros para solicitar o empréstimo junto ao BNDES. O esquema seria articulado por Simões, que prometia liberar o crédito com apoio de supostos contatos dentro do banco. Em mensagens interceptadas, o lobista afirmava ter uma “boquinha” no BNDES e garantia que o recurso estaria disponível até outubro de 2024.

O banco, no entanto, recusou o pedido. De acordo com nota oficial, seus mecanismos internos de compliance impediram a liberação do valor e detectaram inconsistências na documentação. Ainda assim, a PF investiga se havia de fato algum envolvimento de funcionários do BNDES ou se Simões apenas simulava influência dentro da instituição pública.

O caso se insere em um cenário mais amplo de fraudes financeiras operadas por fintechs fora da supervisão do Banco Central. A I9Pay também é investigada por abrir contas clandestinas, inclusive para organizações de fachada ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Estima-se que cerca de R$ 7,5 bilhões tenham sido lavados por meio dessas operações.

A investigação gerou desdobramentos como a Operação Wolfie, deflagrada em outubro e que mira diretamente Christian Simões. O inquérito segue em segredo de Justiça, mas as autoridades confirmam que o BNDES coopera com as apurações e figura como vítima da tentativa de fraude — um sinal de que, apesar da tentativa de corrupção institucional, as barreiras técnicas ainda demonstram alguma resiliência dentro do setor público.

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