O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a denunciar uma suposta perseguição política por parte do Judiciário e da mídia, durante uma transmissão ao vivo neste sábado (28). Na ocasião, ele convocou seus apoiadores para um ato neste domingo (29), às 14h, na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de demonstrar força política e protestar contra o julgamento no qual é réu por tentativa de golpe de Estado.
“Ninguém tem dúvida que o alvo sou eu”, declarou Bolsonaro, ao comentar o processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ex-presidente, as acusações têm como verdadeiro objetivo impedir sua candidatura em 2026, deixando o campo eleitoral livre para os adversários. “Querem me tirar de combate”, afirmou.
Durante a live, Bolsonaro listou investigações e processos que, segundo ele, fazem parte de uma campanha para destruir sua reputação: o caso Marielle Franco, a suposta compra de imóveis com dinheiro vivo, a acusação de fraude no cartão de vacinação e, principalmente, a ação no STF sobre o 8 de janeiro. “Essa história de golpe é uma fumaça. Não tem nada contra mim”, declarou, apostando na possibilidade de arquivamento do caso.
O ex-presidente também reforçou sua confiança em um desfecho positivo. “Jamais estaria lutando por algo impossível”, disse, sinalizando que não pretende abandonar a cena política tão cedo. O evento deste domingo é organizado pelo pastor Silas Malafaia e contará com o apoio de figuras políticas de peso, incluindo os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC).
A manifestação, intitulada “Justiça Já”, pretende mobilizar milhares de apoiadores na capital paulista. Em um momento de crescente tensão entre Judiciário e Executivo, o ato é também uma demonstração de resistência política de Bolsonaro, que, apesar de inelegível, mantém forte influência sobre a base conservadora do país.