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Suprema corte da Colombia para investigação contra Petro e transfere caso a Câmara

Investigação sobre financiamento eleitoral do presidente colombiano é suspensa por decisão da Corte Constitucional, que reafirma exclusividade da Câmara em julgar presidentes

A Corte Constitucional da Colômbia suspendeu a investigação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) contra o presidente Gustavo Petro, sobre possíveis irregularidades no financiamento de sua campanha presidencial em 2022. Segundo a decisão, apenas a Câmara dos Deputados tem competência para investigar um presidente em exercício, reforçando os limites institucionais da Constituição colombiana.

A apuração do CNE indicava que a campanha de Petro teria omitido cerca de US$ 925 mil em doações supostamente feitas por sindicatos influentes, como o Fecode (de professores) e o da Ecopetrol, a estatal de energia. O dinheiro não declarado teria contribuído decisivamente para sua surpreendente vitória na região do Caribe, tradicional reduto conservador.

O escândalo ganhou fôlego quando, em 2023, Nicolás Petro — filho do presidente — admitiu ter recebido dinheiro de um narcotraficante durante o período eleitoral. Ele responde por lavagem de dinheiro, embora tenha alegado que seu pai desconhecia a origem ilícita dos recursos. A confissão provocou uma crise de confiança e reacendeu o debate sobre a eventual responsabilização direta de Gustavo Petro.

Além das suspeitas formais, o caso também é marcado por áudios vazados entre ex-aliados do governo, como Armando Benedetti e Laura Sarabia, que insinuaram ter informações comprometedores sobre o financiamento da campanha. As ameaças de “contar a verdade” intensificaram o desgaste político da presidência.

A decisão do tribunal confirma que o CNE não tem autoridade para cassar ou investigar o presidente, papel reservado exclusivamente ao Legislativo. Em um ambiente político polarizado, a medida tem implicações relevantes: se, por um lado, preserva o equilíbrio institucional, por outro, alimenta críticas de que a elite política busca blindar figuras poderosas contra investigações independentes.

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