O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, teve a prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira (22). O artista foi indiciado por seis crimes, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, lesão corporal e desacato, após tentar impedir a apreensão de um adolescente procurado por roubo — o Menor Piu, suposto integrante do Comando Vermelho.
A tentativa de prisão do jovem ocorreu na residência do cantor, no bairro do Joá, zona oeste da capital. Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes estavam monitorando a casa e decidiram agir na madrugada, mas encontraram resistência violenta. De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, Oruam atirou pedras nos policiais, incitou seguidores a irem ao local e conseguiu frustrar a operação, o que permitiu a fuga do adolescente.
Logo após o episódio, o rapper se refugiou no Complexo da Penha e passou a desafiar as autoridades pelas redes sociais. Em uma das postagens, declarou: “Quero ver você vir aqui, pô! Me pegar aqui dentro do complexo! Não vai me pegar.” Para a polícia, a postura do artista confirma sua ligação com o crime organizado — mais especificamente com a facção Comando Vermelho.
As acusações se agravaram após o cantor divulgar vídeos alegando perseguição política e policial, mostrando o quarto revirado e citando o pai, Marcinho VP, e o tio, Elias Maluco, ambos conhecidos líderes do narcotráfico no país. As menções foram interpretadas pela polícia como mais uma evidência de vínculos com a organização criminosa.
A escalada de tensão entre artistas e autoridades, especialmente quando envolve apologia ao crime e confronto direto com o Estado, acende um alerta sobre os limites entre liberdade de expressão e colaboração criminosa. O Farol Diário seguirá acompanhando o caso e os desdobramentos judiciais.