Metade do orçamento anual do Ministério da Igualdade Racial, liderado por Anielle Franco, foi utilizado em despesas de viagens para assessores e dirigentes, tanto nacional quanto internacionalmente.
Segundo dados do sistema Siga Brasil do Senado Federal, cerca de R$ 12,5 milhões foram empenhados até o momento, com R$ 6,1 milhões destinados a passagens aéreas e diárias dos servidores. Recentemente, a ministra gerou controvérsias ao utilizar um voo da Força Aérea Brasileira para assistir à final da Copa do Brasil em São Paulo, resultando na demissão de uma assessora por postagens racistas e xenofóbicas.
Marcelle Decothé fez postagens com ofensas de cunho racial em seu perfil no Instagram: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior tudo de pauliste”, escreveu ela.
Anielle realizou sua viagem mais cara para Nova York e Washington, nos EUA, de 28 de maio a 01 de junho, custando R$ 63,6 mil no total. Um único trecho de São Paulo a Nova York teve o custo de R$ 23,8 mil. O motivo da viagem foi a participação na reunião do Fórum Permanente sobre Afrodescendentes da ONU, sendo esta a segunda justificativa do ministério. Embora a programação do evento estivesse disponível no site da ONU desde o dia 19 de abril, a viagem foi considerada “urgente”, fazendo com que as passagens disponíveis fossem as mais caras
Menos de um terço dos gastos com viagens foram para o exterior, com o restante sendo utilizado dentro do país. O Ministério afirmou ao Estadão um descompasso entre os gastos planejados para políticas públicas e as despesas com viagens, destacando que há um valor programado para futuras ações.